Dicas que ninguém fala, mas que são importantes para você melhorar a sua Competência 3.
Você tenta fazer a redação do Enem pelo menos uma vez por semana. Faz meses que você vem treinando a sua fórmula de redação que, posso arriscar, 80% dos alunos que estudam para o ENEM estão fazendo: para qualquer tema apresentado pelos seus professores, você joga a culpa na mídia e no Governo (são as duas teses mais comuns dos meus alunos).
No entanto, suas notas da Competência 3 (e ainda arrisco, competência 1 também – mas essa é uma outra história…) não passam de 120 ou 160, dependendo do dia da inspiração (ou melhor, transpiração?). Você coloca o texto para análise, e um corretor que você não conhece te responde algo do tipo: “você precisa melhorar a argumentação” ou “argumentação superficial”.
Aqui mostro a você algumas dicas para você melhorar sua Competência 3 na Redação do ENEM.
1. Planeje o texto
Mesmo você tendo uma estrutura canônica estabelecida na sua mente, ou melhor dizendo, um esqueminha argumentativo que algum professor te enviou (as famosas redações coringas – nada contra, diga-se de passagem!), você não vai escapar de fazer um planejamento textual.
Uma das coisas que o seu corretor vai analisar é o Projeto de Texto. Ele só ficará visível se você tiver a prática do planejamento. Erros no projeto de texto fazem você perder pontos nesta competência.
2. Evite o que eu chamo de “Argumentos Apêndices”
Você já ouviu falar no órgão chamado apêndice? Ou já teve uma apendicite? Na minha época de estudo, há poucos anos atrás, esse órgão era conhecido por não ter nenhuma função intestinal. Os professores até brincavam conosco: “esse é um órgão que só serve para uma coisa – te dar apendicite!”
Mesmo sendo verdade que as novas pesquisas indicam que esse órgão exerce uma função importante na imunidade do corpo humano, eu me valerei do antigo conhecimento para fazer uma analogia útil para a Competência 3.
Argumentos Apêndices são aqueles que estão lá quase que não servindo de nada para a argumentação do seu texto, ele não está aprofundado, ele está ali apenas para cumprir um critério exigido para a Competência 2: ter um repertório legitimado.
De que me adianta colocar como repertório que Einstein uma vez disse que é mais fácil desintegrar um átomo do que o racismo de uma pessoa (o argumento é mais ou menos assim – estou fazendo uma paráfrase). Se você não se aprofundar nesse argumento, a citação, que poderia ser um um ótimo argumento de autoridade, não vai ter força nenhuma. Ele está lá só para cumprir tabela; um apêndice!
3. Aprofunde-se no tipo de argumento que você está treinando
Se você treina muito as teses “falta de visibilidade da mídia” e “negligência governamental”, já parou para pensar que uma lidinha mais aprofundada em Thomas More e Pierre Bourdieu poderia ser interessante?
Os alunos querem usar essa argumentação e simplesmente colocar citações ou “repetir” frases desses autores sobre esses eixos argumentativos. Mas o que fazem não é nada mais que dois argumentos apêndices que de nada de profundo tem; é apenas um uso “en passant”, uma citação sem organização nenhuma. E, sim, nesse caso, seu corretor vai perguntar quais são as implicações daquela argumentação.
Tenha consciência do que pede a Competência 3
É importante que o aluno tenha em mente o que é cobrado na Competência 3: selecionar e relacionar os argumentos escolhidos. Na sua estrutura textual, você sabe muito bem selecioná-los; mas precisa aprofundá-los, explicar para o seu leitor quais são as implicações desses argumentos e como elas ajudam de fato para sustentar a sua tese!
Com essas dicas, acredito que você conseguirá melhorar sua Competência 3 e tentar, nas próximas vezes, tirar os 200 pontos, nessa Competência vilã dos estudantes.